terça-feira, 28 de março de 2017




a ronda começa
no giro que faço 
ao andar na ponta dos pés
para não pisar em predicados
desse pequeno "até logo"
que eu intuitivamente chamo
de "teus poros".
não é uma questão
de escolha ou impulso, 
e talvez não seja aquela
velha complexidade
que curiosamente denominamos 
vontade.
é provável ser isso mesmo
que camuflamos em cada advérbio 
de tempo e circunstância.
te aguardo aqui,
nesse mesmo sempre
que flutua sem sair do vão
entre prédios de camurça 
e papel cartão.

domingo, 12 de março de 2017

sexta-feira, 10 de março de 2017




modos, silhuetas
os ouvidos brincando
a mestiçagem sofisticada
não se emancipa
com ponteiros e bulas
tira-se do aquilo
torna-se “entretanto”
meu instrumento de sopro.

domingo, 5 de março de 2017



todas as sensações militavam
no teu umbigo
e agora tu cedes
(exercício pro corpo)
partículas dos teus pelos
doces para comer







um desejo de quatro verões
e sete fraturas no fonema
alternâncias entre assonâncias
e aliterações
rupturas e intervalos
passeio, pontes reviradas
anseios do colo, fúria do dorso
dobras e torções, o avesso.