o ponto mais frágil de um poema
ninguém
é obrigado a produzir
provas
contra si. mas
no
início era só interesse.
depois
virou amizade e sexo,
idas
e vindas de barca,
encontros
casuais.
com o
passar do tempo
vieram
coisas em comum:
música,
livros, filmes
e
mais sexo.
exceto
cachaça e cerveja.
e vinho.
só eu
que sempre bebo.
com o
passar do tempo
em
me permiti mais,
você
se entregou a seu modo,
eu escrevi
alguns poemas,
aprendi
a não me acobertar
em
meu orfanato
de
pequenos blefes
e
meias verdades.
sentimento
não é um jogo
de
cartas marcadas.
até porque
“a poesia
sopra onde quer”.
a gente
começa numa linha
nada
linear,
circula
e não sabe onde
vai
dar. ou porquê chegar;
se é
que tem que chegar.
aí vem
a hora que a gente
precisa
se desmontar
e flertar
com o imponderável.
e até
com o silêncio.
ou mesmo
com o ponto
mais
frágil de um poema
e
suas incertezas.