quarta-feira, 30 de setembro de 2015



transeunte passarinho
que passa
rindo de todos
uma ironia de quem
está acima dos sonhos.


(em coautoria com luiz silva)




galeria de ossos
num vale de lírios
alma de zinco
em teto de cofre.


junto a pia
uma latrina
restos de roupa
no auge da noite
ruídos de tosse
um corpo caído
um velho ri
da desgraça
do próprio filho.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015


dias cinzas

quando tempo é ausência
e vontade é silêncio,
a solidão é garrafa
de vinho barato
dividida entre amigos,
paisagem ao vento.

a saudade é carinho
no dorso das mãos
de uma nova guria.
e o desejo,
apenas um inquieto pássaro
que rosna no peito.




terça-feira, 8 de setembro de 2015



ruínas
(para Victor Escobar)

adoro a sutileza do fim
no início das coisas.

a ruína é bem sugestiva,
uma amiga
a se considerar
nesses resquícios
de afogamento
na brasa
e delírios no cobre.

suas mãos quase frias
me puxam
para o lado quente
e faminto da morte.