sexta-feira, 28 de outubro de 2016



raiz de mordidas

com formato de céu
e mandíbula de lua
que serpenteia na boca
raiz de mordidas e umidade
que se emancipa na língua
reinventa a boca
a ressignificando nos dentes
em cada textura de silêncio
em cada sopro de mordida
sonho de realidade sussurrada
por ser pouso
em sua superfície telúrica
sonho só é sonho
na carnalidade da unha
e de teu silêncio tão verso.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016



a sombra entre sombras
o dedo entre páginas
páginas alimentam sombras
sombras subvertem dedos
a sombra entre sombras
partindo do dedo
o dedo correndo faz página
de si mesmo.




segunda-feira, 24 de outubro de 2016




como esconder tanto silêncio 
em suas cores de sombra
pintadas por mãos de criança? 
pra que tanto sono nesse corpo
na folha que sou eu mesmo?
e te olho uma segunda vez
teus olhos me vendo pela primeira.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016




a carla oliveira

nuvem não é só passatempo
muda de forma
e engole o tempo
cospe brisa
que acaricia teu rosto
quase lambendo
eterno sendo
em seu semblante
sem culpa.

terça-feira, 4 de outubro de 2016



poema
nesse momento difícil )

ser desalojada de seu próprio poema
vê-lo converter-se em gestos e cheiros
e silêncio, cor invisível do tom
não é justo regar a luz
e virar poeira

força, fefas