terça-feira, 28 de junho de 2016



a água não me basta 
quando estou só
o fogo não me ilude
quando estou junto
sempre em movimento
com o ar
perdido em propostas 
que não alcanço
(e nem preciso)

o “estar aqui”
quase me retém
e a caminhada não aquece
meu chão
não me deem porquês.

terça-feira, 14 de junho de 2016



fronteira sem cercas
(para lucielle veras)

algo a se abraçar:
a centelha de segredo necessário
para se calcar o vazio,
“onde as palavras não vivem”
e o desejo é espasmo
ante a fronteira sem cercas
no olhar de um menino
que não descobriu o horizonte
por não romper com a verticalidade
do voo com asas fincadas
nas pedras.
voltemos ao silêncio.

quarta-feira, 1 de junho de 2016



alguma coisa
(para
 flavia magioli)

de todas as rugas e premissas
que caíram dos meus descuidos,
só me restou o conforto
de fonemas entrecortados
pelo meu delírio de acreditar
na eternidade de alguns segundos.
somos o vento enquanto metáforas
de alguma coisa que ainda não vemos.