quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

                                          
               
                                        Desfacelamento

Roubadas flores,
Inodoros amores.
Derradeiras pétalas concebidas
No efêmero da ilusão.
Gélidas quimeras;
Algozes guias
Do desabrochar até as trevas.
Marmóreas lágrimas
De um subterrâneo coração
Que não chora,
E por vermes petrificado
No abismo da prisioneira
E ensanguentada memória. 

2 comentários:

  1. Conheci o texto através do livreto - de conteúdo deveras interessante - distribuído na Cinelândia, enquanto transitava com um Lovecraft. Gostei especialmente de "Desfacelamento", inclusive lembrando muito as características obras de Augusto dos Anjos.

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    1. Pois é, Marlos. Eu gosto muito do Augusto dos Anjos e quando estava escrevendo esse poema eu me encontrava lendo e relendo Augusto dos Anjos.

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