segunda-feira, 16 de abril de 2018



o ponto mais frágil de um poema

ninguém é obrigado a produzir
provas contra si. mas
no início era só interesse.
depois virou amizade e sexo,
idas e vindas de barca,
encontros casuais.

com o passar do tempo
vieram coisas em comum:
música, livros, filmes
e mais sexo.
exceto cachaça e cerveja.
e vinho.
só eu que sempre bebo.

com o passar do tempo
em me permiti mais,
você se entregou a seu modo,
eu escrevi alguns poemas,
aprendi a não me acobertar
em meu orfanato
de pequenos blefes
e meias verdades.
sentimento não é um jogo
de cartas marcadas.
até porque
“a poesia sopra onde quer”.
a gente começa numa linha
nada linear,
circula e não sabe onde
vai dar. ou porquê chegar;
se é que tem que chegar.
aí vem a hora que a gente
precisa se desmontar
e flertar com o imponderável.
e até com o silêncio.
ou mesmo  com o ponto
mais frágil de um poema
e suas incertezas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário