segunda-feira, 30 de junho de 2014





Banquete Canibalesco

O sangue está posto,
Exposto. Beba-o.
A carnificina
Dos sonhos
Está à mesa.
Aproveite o tempero.
Só não indague
De onde veio.
Mas não se aborreça.
Queria muitíssimo
Vê-lo.
A sua pessoa
E os demais
Convidados foram
Escolhidos à dedo.
Sente-se e ao
Decoro esqueça.
Sirva-se da maneira
Como queira.
Coma e beba
De tudo que
Dar-lhe na
Telha.
Repita se assim
O quiser.
Entretanto
Guarde espaço
Para a sobremesa.
Uma iguaria
De artérias e encéfalo
Retirados de corpos
Atropelados hoje cedo.

Ainda estão frescos.
Sinta só o cheiro.
Uma beleza canibalesca.



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