O vento, em desespero, ao
relento,gritando pedras e cuspindo
flores; exalando rochas e
salivando conchas...
Incauta maré que sangra no
olhar salino.
Outono escama nostalgia. Eis os moinhos girando em
movimentos impróprios.
Joelhos cálidos, imersos na
espuma terna da maré que exacerba no orgasmo desse
encontro inesperado.Torna-o oculto, ausente,afogando-o nas profundezas infindas que degustam e regurgitam o
excesso do ávido prazer, e, em contraponto, eis o vazio contínuo, como a fé
morta em pomares de tristeza absíntica.
Internalizado encontra-se o
olfato no escafandro submerso, negando-se à absorção do olor universal,
enquanto o indizer,
aparente ação anárquica do agressor, negação insípida do humano ser, reflete,
na verdade, a mudez pigmeia do indivíduo ante a policromia do amanhecer.
A revolução do logicismo faz
amotinar as palavras que se sublevam da cotidiana rigidez relacional e buscam
novas formas de sintaxes agressivas, como nuvens de asfalto, cinzas de ócio,
numa mistura deformada que as conduzem ao abismo do escárnio, encerrando nele
os pretensiosos e alomórficos neologismos do insano dizer.
(Sidney Machado e Fernando
Rodrigues)
Obs.: Texto em sua segunda
versão, já revisada.
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