sexta-feira, 11 de julho de 2014






O vento, em desespero, ao relento,gritando pedras e cuspindo flores; exalando rochas e salivando conchas...
Incauta maré que sangra no olhar salino.
Outono escama nostalgia. Eis os moinhos girando em movimentos impróprios.
Joelhos cálidos, imersos na espuma terna da maré que exacerba no orgasmo desse encontro inesperado.Torna-o oculto, ausente,afogando-o nas profundezas infindas que degustam e regurgitam o excesso do ávido prazer, e, em contraponto, eis o vazio contínuo, como a fé morta em pomares de tristeza absíntica.
Internalizado encontra-se o olfato no escafandro submerso, negando-se à absorção do olor universal, enquanto o indizer, aparente ação anárquica do agressor, negação insípida do humano ser, reflete, na verdade, a mudez pigmeia do indivíduo ante a policromia do amanhecer.

A revolução do logicismo faz amotinar as palavras que se sublevam da cotidiana rigidez relacional e buscam novas formas de sintaxes agressivas, como nuvens de asfalto, cinzas de ócio, numa mistura deformada que as conduzem ao abismo do escárnio, encerrando nele os pretensiosos e alomórficos neologismos do insano dizer.

(Sidney Machado e Fernando Rodrigues)

Obs.: Texto em sua segunda versão, já revisada.



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