Um monumento à dor, à postura do guardião das lágrimas, agora exauridas
nas pétalas esfaceladas na sepultura esquartejada, subdividida em partes metálicas contorcidas e expostas ao litígio sem causa.
O guardião se cala ante a inconstância da fala. A língua é
muda para quem não encontra a gênese do
despertar das facas. Não há o que se fazer quando as lágrimas expelem a angústia líquida. Libertam-se da prisão os fatos
deletérios no anoitecer dos cacos. A piedade não se faz condolente aos
fortes, mas aos que dormem sobre a sepultura e não ouvem o seu chamado, sempre velado, uma forma de uivo, convite
solene para o outro lado. O “não existir” é sempre suave, objetivo, até menos obscuro
em contraponto ao que dizem os oráculos desse mundo. A solidão derradeira já
não é refúgio nem subterfúgio. Na não existência, o mais sensato é
optar por aquilo que não é. Ser livre para escolher e não ser livre para criar
suas alternativas de escolha é a pior das sortes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário